Eu sempre achei que sabia cultivar uma primavera… até perceber que a minha bougainvillea glabra simplesmente não florescia como eu esperava. A planta crescia devagar, ficava cheia de folhas, mas nada daquele espetáculo de cor que eu via nos jardins alheios.
Foi frustrante — de verdade. Passei meses acreditando que o problema era adubo, rega, poda… até descobrir que o erro maior era outro: eu estava tratando a bougainvillea glabra como se fosse uma spectabilis, e isso muda tudo.
Quando finalmente entendi as diferenças, a planta explodiu de vida. Se você cultiva bougainvillea glabra e sente que “falta algo”, eu sei exatamente o que está acontecendo — porque vivi isso na pele.
Agora vou te mostrar, com clareza e experiência real, o que ninguém me contou e que transformou minha relação com essa planta.
Antes de seguir, deixei um vídeo logo abaixo com um resumo prático desta experiência. Nele, explico de forma direta por que a bougainvillea glabra se comporta diferente de outras primaveras e quais ajustes fizeram a minha planta finalmente florescer. Se você prefere entender tudo em poucos minutos, vale a pena apertar o play.
O que descobri sobre a Bougainvillea Glabra que ninguém me contou

Quando comecei a observar com mais cuidado, percebi sinais que estavam na minha frente: folhas mais lisas, espinhos discretos, cores mais suaves. Só então entendi que aquela planta não era “qualquer primavera”, e sim uma buganvília glabra — uma espécie com comportamento totalmente diferente.
Esse entendimento virou a chave. Foi como enxergar a planta pela primeira vez.
No meu jardim, costumo dizer:
“A bougainvillea glabra não dá sinais dramáticos de sofrimento. Ela simplesmente para de florescer.”
E era exatamente isso que acontecia comigo. A planta estava tentando me avisar, mas eu não sabia ler os sinais.
As características da glabra que mudaram meu jeito de cultivar

Antes de explicar como cuido dela hoje, preciso te contar os detalhes que realmente importam. Eles foram essenciais para eu ajustar toda a rotina de cultivo.
Folhas menores e lisas: o primeiro indício que me fez desconfiar
A textura das folhas da bougainvillea glabra é um dos traços mais marcantes. Elas são finas, lisas e delicadas ao toque — bem diferentes das folhas ásperas e mais robustas da spectabilis.
Demorei a perceber, mas isso altera até a forma como ela lida com água e sol. Essa espécie seca rápido, respira melhor e reage muito mal ao excesso de umidade.
Com o tempo, aprendi a observar antes de agir — e isso salvou minha planta.
Espinhos discretos: detalhe que me confundiu por anos
Muita gente achava que minha primavera era “mansa demais”. E era mesmo.
A glabra tem espinhos mais curtos e suaves. Isso facilita a poda e torna o manejo bem mais seguro.
Foi quando notei essa característica que finalmente pensei: “tem algo diferente aqui”.
Floração prolongada — sim, pode acontecer o ano todo

Essa é uma das maiores dúvidas sobre bougainvillea glabra: ela floresce o ano todo?
No meu jardim, sim — mas só depois que entendi os gatilhos certos:
- Sol pleno
- Poda correta
- Espaço para as raízes
- Regas moderadas
Quando alinhei esses quatro pontos, a floração virou rotina.
E eu costumo repetir para quem me pergunta:
“A bougainvillea glabra floresce quando encontra equilíbrio — não quando a gente insiste em cuidar demais.”
Crescimento controlado — não vira aquele monstro difícil de podar

Outra descoberta importante foi o ritmo de crescimento.
A glabra cresce bem, mas não é agressiva como a spectabilis.
Isso me trouxe muito mais tranquilidade. Ela preenche o espaço com harmonia, sem me obrigar a podar toda hora.
Cores menos vibrantes, mas de uma elegância natural

A bougainvillea glabra não entrega cores berrantes.
Entrega algo mais sutil — mais poético até.
Foi só depois de aprender a enxergar essa beleza que percebi como essa espécie conversa melhor com meu jardim.
Como cultivo minha Bougainvillea Glabra hoje (e o que aprendi da forma mais difícil)

Eu errei bastante antes de acertar. Reguei demais, usei vasos pequenos, adubei na hora errada.
Mas esses erros me ensinaram o que realmente funciona.
Hoje, meu cultivo segue princípios simples, porém fundamentais.
Sol direto: a regra que mudou tudo
A bougainvillea glabra precisa de sol pleno, e não é opcional.
Quando tentei deixá-la em meia-sombra, ela praticamente hibernou.
Agora ela pega sol das 9h às 16h — e floresce como nunca.
Solo drenado: o ponto que salvou minha planta
Aprendi isso observando: toda vez que o solo ficava encharcado, a planta travava.
Então comecei a usar:
- Areia grossa
- Substrato leve
- Pouca matéria orgânica
Uma dica que sempre compartilho:
“Se a água leva mais de cinco segundos para sumir no solo, a glabra vai sofrer.”
Rega moderada — muito mais moderada do que eu imaginava

A bougainvillea glabra me ensinou que excesso de água é o caminho mais rápido para travar o crescimento. No começo, eu regava com frequência achando que isso estimularia a floração — mas acontecia o oposto: folhas caíam e os brotos paravam.
Hoje só rego quando o solo está seco até a segunda falange do dedo. Essa mudança trouxe leveza para a planta, que passou a florir com muito mais regularidade. A glabra gosta de períodos de secura, e respeitar isso virou um dos pilares do meu cultivo.
Adubo certo na hora certa
Eu já usei vários tipos de adubo até perceber que a glabra só responde bem quando a nutrição é focada em fósforo. Por isso, o NPK 4-14-8 foi o único que realmente fez diferença na floração — principalmente quando aplicado logo após o ciclo principal de flores.
O segredo não é adubar muito, e sim adubar com intenção. Quando passei a usar o fertilizante correto no momento certo, as brácteas ficaram mais intensas e o ciclo de floração passou a ser mais estável.
Meu maior erro: vasos pequenos
Demorei para entender que a glabra precisa de espaço de verdade para se desenvolver. Em vasos pequenos, minhas plantas simplesmente travavam — raízes comprimidas, crescimento lento e zero floração.
Quando finalmente migrei para vasos largos e bem drenados, a resposta foi imediata: brotos novos surgiram e a planta retomou o vigor. Hoje sei que espaço não é luxo para a glabra — é necessidade básica.
Ela floresce o ano todo? Aqui em casa foi assim

Sim — mas com condições específicas.
A minha bougainvillea glabra só floresceu continuamente quando encontrei o ponto de equilíbrio entre:
- Luz
- Espaço
- Poda
- Seca parcial entre regas
E uma coisa ficou clara:
“A glabra não floresce com excesso de cuidado. Floresce com constância.”
As bougainvilleas que já cultivei — e como cada uma me ensinou algo diferente

Depois que comecei a entender melhor a bougainvillea glabra e a observar as diferenças em relação à spectabilis, fiquei curioso para testar outras variedades no meu jardim. Foi assim que acabei cultivando não só essas duas, mas também a peruviana e a buttiana. Cada uma delas tem um jeito próprio de crescer, florescer e reagir ao clima.
Com o tempo, percebi que conhecer as espécies faz toda a diferença no cultivo. Algumas precisam de mais sol, outras florescem com mais facilidade, outras crescem rápido demais… e foi comparando todas elas que finalmente entendi qual combina mais com o meu espaço e com a rotina aqui de casa.
Uma coisa que sempre digo para quem me pergunta sobre isso é:
“A bougainvillea certa para o seu jardim não é a mais bonita — é a que combina melhor com o jeito que você cuida das plantas.”
Para facilitar essa comparação, preparei abaixo uma tabela com as quatro variedades que já cultivei e o comportamento delas no meu jardim.
| 🌿 Espécie | 🎨 Cor predominante | 🌞 Exposição ideal | 💧 Rega | 🌱 Observação útil |
|---|---|---|---|---|
| Bougainvillea glabra | Tons suaves como roxo-claro e rosa pastel | Sol pleno | Baixa; solo deve secar entre regas | Espinhos discretos e crescimento controlado |
| Bougainvillea spectabilis | Rosa vibrante, magenta e tons intensos | Sol muito intenso | Moderada; evitar encharcar | Espinhos agressivos e crescimento rápido |
| Bougainvillea peruviana | Amarelo, laranja e vermelho | Sol pleno | Moderada | Brácteas menores e muito coloridas |
| Bougainvillea buttiana | Salmão, vermelho-alaranjado | Sol pleno | Baixa a moderada | Híbrida muito florífera em clima quente |
Para quem gosta de ir além, a Royal Horticultural Society também traz informações confiáveis sobre o cultivo da bougainvillea em diferentes climas.
Perguntas que sempre me fazem sobre a Bougainvillea Glabra
A Bougainvillea glabra é tóxica?
A Bougainvillea glabra não é considerada altamente tóxica, mas pode causar irritação leve na pele por causa da seiva. Em pets, é raro acontecer algo grave — o maior risco são os espinhos. Por isso, sempre recomendo manter cães e gatos curiosos longe das folhas e brácteas. No geral, é uma planta segura quando manuseada com cuidado.
A Bougainvillea glabra cresce rápido?
Ela tem um crescimento moderado, o que é ótimo para quem quer uma trepadeira bonita sem se tornar difícil de controlar. A Bougainvillea glabra cresce de forma equilibrada, permitindo modelagem fácil em vasos, cercas ou pergolados. Diferente da Bougainvillea spectabilis, ela não vira um monstro impossível de podar.
É melhor cultivar Bougainvillea glabra no vaso ou no chão?
A Bougainvillea glabra se desenvolve bem nos dois, mas a chave é o espaço para as raízes. Em vasos pequenos, ela simplesmente trava e quase não floresce. Em um vaso grande e largo — ou plantada direto no chão — a planta responde rápido, cresce com saúde e floresce com mais intensidade.
Como identificar a Bougainvillea glabra?
Os sinais são claros quando você sabe o que observar:
- Folhas lisas e menores
- Espinhos discretos
- Cores suaves nas brácteas, como rosa-claro ou roxo delicado
- Crescimento mais contido
Se a planta tem folhas ásperas e espinhos grandes, provavelmente não é glabra — é spectabilis.
A Bougainvillea glabra precisa de muita água?
Não — na verdade, regas em excesso são um dos maiores motivos para a Bougainvillea glabra não florescer. Ela prefere o solo secando entre as regas, e só deve receber água quando o substrato estiver realmente seco. Umidade constante = folhas caindo e floração comprometida.
A Bougainvillea glabra tolera sombra?
Não. A Bougainvillea glabra não floresce sem sol pleno. Ela até sobrevive em meia-sombra, mas fica verde, fraca e quase nunca brácteas. Para florir o ano todo, precisa de no mínimo 6 horas de sol direto, quanto mais, melhor.
Conclusão — essa planta me ensinou sobre presença e paciência

Cuidar da bougainvillea glabra me ensinou algo que levo para fora do jardim:
o equilíbrio entre fazer e permitir.
Ela não floresce com pressa, não responde a exageros, não aceita ansiedade.
Floresce quando encontra luz, espaço, constância — exatamente como a gente.
Hoje, olho para minha glabra e lembro que tudo tem seu ritmo.
E que, às vezes, a melhor forma de cuidar é dar espaço para que a vida aconteça.
Se você quiser continuar essa conversa comigo e entender como a primavera bougainvillea também pode surpreender — e até desafiar — quem cultiva, deixei aqui o artigo onde conto tudo o que vivi na prática:
👉 Cuidar da Primavera Bougainvillea Parecia Fácil — Até Isso Acontecer no Meu Jardim
Alcino Drehmer é criador do blog Cultivar Jardinagem e jardineiro com anos de experiência prática no cuidado de plantas, jardins e projetos paisagísticos. Após atuar por muito tempo como profissional autônomo, decidiu se dedicar totalmente à missão de compartilhar seu conhecimento com quem deseja aprender a cuidar melhor das plantas e transformar espaços verdes com simplicidade e carinho. Hoje, escreve para o blog dividindo tudo o que aprendeu na prática — com dicas, orientações e ideias acessíveis para todos os níveis de conhecimento. 🌿






